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  • Foto do escritorRoni Carlos Costa Dalpiaz

COLUNAS ANTIGAS - O PÓRTICO

Atualizado: 16 de mai. de 2020

Coluna originalmente publicada no jornal A Folha no ano de 2012.



Torres sempre viveu de promessas. Depois do verão será feito “isso”. Na próxima temporada será feito “aquilo”. Não deu para ser feito este ano, mas no ano que vem... A promessa mais antiga que eu conheço é a do Pórtico. Sempre se falou como seria importante para Torres ter um Pórtico vistoso em sua entrada. Tanto se falou que eu fazia coro com todos que o pediam. Lembro que vários prefeitos prometeram a construção do tal Pórtico, mas os prefeitos se sucederam e nada. E com o passar dos anos ninguém mais falou em construir o tão almejado Pórtico. Alguns anos atrás foi feita a casa do Turista que aparentemente serviu de substituta para o desejado Pórtico. A casa do Turista ficou velha e desgastada e nada de Pórtico. No atual governo municipal a casa do Turista foi reconstruída, mas nem se cogitou a construção do famigerado Pórtico. Acho que foi esquecido no passado. “Portões ou pórticos valem por dois aspectos: como identificação urbana e como sinal de acolhimento. [...] Servem para individualizar a cidade, distingui-la das demais”. Será que Torres não merece se destacar das demais tendo um Pórtico que faça sentido. Não como os de Capão da Canoa e Capão novo que não dizem nada e tampouco oferecem a acolhida adequada ao visitante. Mas como os de Gramado, Bento Gonçalves e Blumenau, destacados por Ruschel. Um Pórtico tem que estar ligado diretamente a identidade da cidade ou região e passar esta impressão a quem chega. Além disso, ele não pode ser somente a arquitetura e o paisagismo, ele tem que ter a emoção, a acolhida, o lado humano. E para isso é necessário ter pessoas preparadas para receber, informar e acolher os visitantes. Ruschel em um artigo há 24 anos, sugeriu como deveria ser este Pórtico. “Torres é a única cidade brasileira que merece um pórtico desse gênero, porque é a única que se chama ‘Torres’ e tem por brasão as três torres de uma muralha. [...] seria um pórtico (dupla via) com três torres de castelo, lembrando o brasão da cidade construído ou revestido de arenito (pedra laje)na base, de basalto (pedra ferro) em cima para lembrar a própria formação geológica das 3 torres naturais que apelidaram a cidade”. Ele vai mais longe sugerindo até o seu funcionamento com uma grande riqueza de detalhes. Quem tiver a curiosidade de saber procure o livro na biblioteca municipal e leia na página 695. Alguns dirão: Para que um pórtico se já temos um ponto de informações turísticas chamado Casa do Turista? Simples, porque as Casa do Turista funciona como uma conciergerie, ou seja, serve para atender quem já está na cidade e não para quem está chegando. Basta observar o lugar onde está localizada e em que lado da rua está. Uma boa recepção e um adequado acolhimento pode fazer com que o turista entre e fique na cidade. Talvez permaneça até mais tempo do que o programado. Mais uma vez, a resposta que hoje procuramos pode estar no passado.


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