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  • Foto do escritorRoni Carlos Costa Dalpiaz

SORVETE SECO, MARIA-MOLE, GELEIA E GOSTOSURAS

Normalmente o tema das minhas colunas surge a partir de conversas em casa, notícias nos jornais, leituras diversas, enfim, vem das mais variadas fontes.

O tema desta semana surgiu de uma conversa em casa com minha mulher e meu filho. Não sei como começou mas chegamos a discussão sobre como se chama aquele lugar que antigamente se comprava de tudo. Estou dizendo nas pequenas cidades antes do surgimento dos supermercados.

Eu respondi que eram os “Armazéns”. Ela disse que eram as “Vendas”.


Descobri, nesta conversa com minha mulher, que lá para as bandas da fronteira o nome armazém não era usual. Lá o armazém era chamado popularmente de “venda”.

Já ouvi falar que também pode ser chamado de “bolicho”, “mercearia”, “empório”, “boteco”, até “casa” (de secos e molhados). Tudo depende da região e do que basicamente é vendido lá.

Pesquisando na internet e seus mais variados dicionários se vê que o nome armazém tem origem no árabe al-Makhzan, que significa “depósito de armas” ou “depósito de víveres”. Daí derivou para um “Grande estabelecimento comercial, geralmente atacadista, e de secos e molhados”.

Para mim era armazém!

Na minha infância frequentei vários armazéns da redondeza de onde morava. Como qualquer criança, sempre gostei de guloseimas que variavam entre sorvetes secos, marias-moles, geleias de duas cores (aquelas vermelhas e amarelas), os merengues falsos (geralmente rosa ou amarelo), Pipocas doce, balas (que sempre eram trocos) e os chicletes (Adams, Ploc, Ping-Pong). Naquela época quando recebia umas moedas (sim dava para fazer um rancho de doces com moedas naquela época) corria para o armazém Ideal (acho que era este o nome, ou seria Real, ou Modelo?).

O armazém era um clássico dos conhecidos secos e molhados, tinha um balcão de pedra com muita coisa espalhada por cima, assim como suas paredes, lotadas de mercadorias das mais variadas. No balcão estava também o parque de diversões das crianças da época: o carrossel de balas (ou Baleiro Giratório). Aquela geringonça de vidro com diversos compartimentos com tampa, que girava qual um carrossel, onde as balas ficavam expostas para o deleite e escolha do freguês.

O tal balcão do armazém era muito alto (ou eu era muito pequeno), e me espichando ao máximo, olhava para o seu Pedro (acho que era este o nome do velho senhor dono do armazém) e pedia o que já tinha programado comprar. Adorava vê-lo mexer no carrossel que, ao girar, fazia um barulho singular do qual nunca esqueci (acho que é porque está ligado àqueles deliciosos doces).

Aquela quantidade e diversidade de opções, derrubava minhas convicções. Eu queria comprar aquele sorvete seco que vinha com um brinquedo grudado na parte mole do sorvete. Aquilo era igual ao kinder ovo, só que se via qual era a “surpresa” porque ela estava à vista, mas a escolha era sempre do dono do armazém. O sisudo senhor, de cabeça sempre baixa, nunca olhava diretamente nos olhos. Se virava, escolhia, as vezes empacotava naqueles finos papéis segurados por uma pedra redonda, e finalmente entregava.

Para mim só restava torcer para ser um brinquedo novo.

Essa é a minha lembrança dos antigos armazéns, e a tua, qual é?

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