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  • Foto do escritorRoni Carlos Costa Dalpiaz

O CAMINHO DA SANTINHA

Há muitos anos eu e minha mãe fomos a um lugar na encosta do morro do farol para “consertar” uma das imagens encrustadas na pedra. Não conhecia o lugar. Minha mãe, muito devota, queria pagar uma promessa e se valeu do meu “talento” artístico para recriar a imagem.

Naquele tempo (e ainda hoje) as imagens, que lá estavam, sofriam com os vândalos, eram arrancadas, quebradas, pichadas, ou, o mais comum, tinham suas cabeças arrancadas. O que era o caso desta, em questão.

Munidos de todo o material necessário, eu e minha mãe, seguimos por um caminho existente em meio a pedras soltas de todos os tamanhos, porém bem sólido e demarcado. Lá chegando, na encosta leste do morro, subimos um pouco até uma pequena gruta. Não havia muitas imagens, umas duas ou três no máximo, e algumas placas. Nos concentramos na imagem que tinha sido esculpida na pedra e vandalizada. Com algum esforço e dedicação, a consertamos. No dia seguinte seria comemorado o dia da santa da imagem: Nossa Senhora Aparecida. Poucas vezes voltei ao local depois disso.

Mais tarde o local se tornou o famoso “Caminho da Santinha”.

O lugar foi criado a partir de um atalho utilizado pelos moradores da parte sul da cidade para chegar às praias e ao centro da cidade. Primeiro foram os pescadores que o utilizavam para pesca e passagem entre os morros. Com o tempo e a consolidação do caminho, os moradores passaram a utilizar esta passagem com mais frequência.

Foi só depois que uma imagem de Nossa Senhora Aparecida surgiu em uma pequena gruta existente no lado leste do morro do farol que o caminho ganhou um nome: Caminho da Santinha.

A imagem, trazida da cidade de Aparecida em São Paulo, foi colocada ali por um casal de torrenses que dessa maneira pagou uma promessa à Santa por uma graça alcançada.

Os anos foram passando e mais e mais imagens foram sendo somadas à primeira, assim como as placas em agradecimento à graças alcançadas. Até uma pequena bica, com água limpa, surgiu em meio às rochas, sendo considerada benta por alguns.

O lugar expandiu, até transformar-se em um pequeno santuário.

O caminho de pedras, ao longo dos anos, ganhou concreto e, mais recentemente, iluminação. A pequena subida até a gruta, hoje é alcançada através de uma escada de concreto, o que dá segurança a quem lá sobe.

No alto foi criado um espaço para a colocação de velas, um banco de concreto, enfim, ganhou uma eficiente estrutura para que os devotos e passantes, confortavelmente, dediquem minutos de oração à sua Santa de adoração.

Na próxima semana, mais precisamente na segunda-feira, será feriado. Mas não é feriado por causa do dia da criança, é um feriado considerado religioso. O feriado é em honra à santa padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, a mesma santa que emprestou seu nome ao caminho mais pitoresco de nossa cidade: o Caminho da Santinha.

Para que não conhece a história da santa, abaixo está um breve resumo!

As primeiras declarações registradas em livro foram feitas pelos padres José Alves Vilela (1743) e João de Morais e Aguiar (1757) nos livros da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá, região onde a imagem foi vista pela primeira vez, em Outubro de 1717. Sua primeira aparição foi testemunhada por pescadores de Guaratinguetá que na ocasião receberam a difícil missão de trazer alimento para a festa realizada ao Conde de Assumar, conhecido como Dom Pedro de Almeida, governante da capitania de São Paulo e de Minas de Ouro. A época não era boa para pesca, então Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves, reconhecendo tamanha dificuldade, levantaram uma prece de socorro à Mãe de Deus. Nas proximidades de Porto Itaguaçu, quando já estavam prestes a desistir da pesca, João Alves lançou a rede mais uma vez, na esperança de conseguir algum alimento para aquele dia, mas ao invés de peixe, ele encontrou parte de uma imagem sem a cabeça. Sem compreender e emocionado com o acontecimento, lançou novamente a rede e dessa vez para a surpresa de todos, encontrou a cabeça que se encaixava perfeitamente à imagem de Nossa Senhora da Conceição. Com muita fé, João Alves Lançou decidiu lançar a rede mais uma última vez e a intervenção divina aconteceu: a rede veio tão cheia de peixes a ponto de precisarem retornar ao porto, pois a pesca excedia à capacidade do barco. O retorno dos pescadores a Guaratinguetá foi marcado de devoção e intensa alegria diante da graça alcançada. E esse foi o primeiro milagre realizado por meio de Nossa Senhora Aparecida.

Fonte: Site Rumo da Fé.

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