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  • Foto do escritorRoni Carlos Costa Dalpiaz

NOSSO TURISTA MUDOU

É quase impossível discutir ideias hoje em dia. Se você diz que gosta disso ou é a favor daquilo, você é rotulado de um partido. Se você pensa o contrário, pertence ao outro partido.

Só que na maioria das vezes as pessoas nem pertencem a partidos, e muito menos sabem o que “pensam” os partidos, nem suas figuras proeminentes. Algumas, por comodidade, acabam "aderindo" a pensamentos e ideias que, muitas vezes, nem concordam.

Perdi um parágrafo inteiro para poder iniciar esta coluna porque, na maioria das vezes, nós temos que, primeiro explicar, para depois expor uma ideia. Quando eu falo sobre um tema, dou minha opinião, minha visão. Certa ou errada, boa ou ruim, isso vai depender do ponto de vista de quem lê. E este, muda de acordo com a diversidade de opiniões e visões de cada indivíduo ou grupo a que ele pertença.

Dito isso, agora vou entrar no assunto real desta coluna: o turista.

O perfil do turista de Torres mudou! E mudou para pior.

Antes que venham protestos de todos os lados, estou falando, por enquanto, apenas do perfil econômico. Se você for comerciante, hoteleiro ou prestador de serviços, perceberá (se ainda não o fez) que ele (o turista) está com menos dinheiro. Traduzindo, o turista gasta menos na cidade.

Há anos, antes da duplicação da BR 101, o turista que vinha para Torres tinha um poder aquisitivo maior do que o de hoje. Já se dizia, naquela época, que o “tipo de turista” iria mudar com a duplicação da BR101, aquele antigo turista iria mudar de praia. Com a facilidade proporcionada pela duplicação da BR 101, aquele turista estenderia um pouco mais a sua viagem e chegaria em alguma famosa praia catarinense. E foi o que aconteceu. Por sua vez, aqueles turistas que chegavam, no máximo, à Tramandaí, agora estão estendendo sua viagem para Capão da Canoa e Torres. Resumindo: o turista atual de Torres pode ser o antigo turista de Tramandaí. Uma dedução simplória, eu sei, mas é bem perto da realidade.

De uns tempos para cá, este turista foi se modificando a ponto de ficar resumido à sua capacidade de compra. Ou seja, a cidade está atraindo, cada vez mais, turistas com baixo poder aquisitivo bem diferente do perfil de antigamente, e sua fama de cidade “cara” ninguém lembra mais, nem o próprio turista.

Torres e as outras cidades praianas sofrem com problemas antigos de fluxo de turistas e mais ainda com os novos problemas advindos da Pandemia, mas o problema recorrente na maioria dos períodos é esta falta de informações sobre o seu turista. Não se sabe quase nada sobre o perfil do turista, o que se identifica é fruto de simples observação, mas é necessário mais que isso, é necessária uma boa pesquisa.

“Mas para que conhecer o turista? Turista é tudo igual. Vindo para cá é o que conta, pode ser qualquer um.”

Se você acha mesmo isso, então sua leitura termina aqui. Mas se você não pensa assim, continue lendo.

Um dos fatores determinantes para um bom planejamento turístico é saber quem é o seu cliente (turista). De onde ele vem, quantos dias fica por aqui, o que ele faz durante o tempo que fica, quantas pessoas viajam com ele, onde fica hospedado, onde se alimenta, enfim, é necessário um perfil completo deste turista.

Da necessidade surge a pergunta: Mas quem é que vai fazer esta pesquisa?

A resposta é simples: os que sempre fizeram.

Porém a pergunta que deveria ser feita é outra: O que vão fazer com os resultados da pesquisa? O que vão fazer depois de descobrir quem realmente vem para cá?

Acho que as respostas para estas perguntas estão sendo procuradas desde que a primeira pesquisa foi concluída. Pelo que vi demora-se muito tempo para decidir o que fazer com os resultados e quando se prepara para tomar alguma decisão, o perfil já é outro e nova pesquisa é necessária.

Um dia quebra-se esse ciclo, eu espero.

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